Graduando

Obra:
FARIA, Maria do Carmo Bettencourt de. In: Direito e Ética: Aristóteles, Hobbes e Kant. São Paulo: Paulus, 2007.

1) Explique a distinção entre technê e práxis em Aristóteles e. a partir daí, apresente os conceitos que fundamentam a ciência da práxis: o de ethos, o de virtude, o de justiça, o de prudência e o de pólis.

Technê para Aristóteles é considerada como “um grau intermediário entre a experiência (emperia) acumulada pela memória, que apenas constata o fato e não é transmissível, e a ciência teórica (epistheme) que busca conhecer seu objeto apenas para conhecê-lo, ao articular causas e efeitos”. Aristóteles ainda diz, segundo Maria do Carmo, que a technê pode ser transmitida como a ciência, ao contrário da experiência. A autora ainda afirma que, para Aristóteles, “o modo de vida dos humanos consiste mais propriamente na ação (práxis) que na produção (poiésis).” As ações citadas por Aristóteles não são ações comuns e simples, mas sim ações que “trazem a marca do humano”, como a ação política e a ação da ética. A diferença básica, segundo Maria do Carmo, entre práxis e technê é que “a práxis requer homens livres e desenvolve neles o que tem de mais propriamente humano. A technê pode ser aprendida por escravos e bárbaros.” “A technê permanece à margem do contexto histórico-cultural” fazendo assim com que esta possa ser facilmente aprendida e transmitida. Sendo possível que essa técnica se repasse por nações e gerações sem sofrer alteração. Já com relação à práxis a situação é mais complexa, pois “não há receitas” como na technê. Ao que se pode entender, a práxis deve sempre ser reaprendida, visto que cada um tira experiências diferentes de diversas situações. Reinventando, cada vez, uma nova práxis de acordo com seu contexto. A práxis, enquanto resultado das relações das ações dos homens se dá na polis, “uma empresa humana, centro de gravitação dos interesses dos homens”. Como “resultado das relações interpessoais em que as influências se