Gestão de pessoas
Mesmo entre as melhores empresas para trabalhar, a gestão de pessoas não agrada a ninguém
Por Silvana Mautone
EXAME
A área de recursos humanos costuma ser uma das mais criticadas nas empresas. De um lado estão os funcionários, insatisfeitos com as políticas de remuneração e o planejamento de carreira. De outro, os executivos, reclamando que os profissionais de RH não entendem de negócios. As queixas são tão freqüentes que já se tornaram parte do folclore empresarial. A edição 2006 do Guia EXAME-VOCÊ S/A -- As Melhores Empresas para Você Trabalhar, que será publicado neste mês, traz um retrato cristalino das razões que levam ao crônico e epidêmico mau humor com o RH. Segundo a pesquisa, realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), de São Paulo, mesmo entre as 150 companhias consideradas referência em gestão de pessoas, os departamentos de recursos humanos -- que oscilam entre o paternalismo e a omissão -- na melhor das hipóteses conseguem agradar a poucos.
O estudo analisou três índices principais: qualidade do ambiente de trabalho, felicidade no trabalho e gestão de pessoas. Nos dois primeiros itens, as empresas lis tadas no guia tiveram notas médias que podem ser consideradas satisfatórias: 82 e 74, respectivamente, num total de 100 pontos possíveis. Já na gestão de pessoas -- a avaliação técnica das políticas e práticas de recursos humanos -- a média foi 52. A análise desse aspecto é composta de seis itens (veja quadro). Em três deles, a nota não chega à metade da pontuação máxima. "O RH ainda trabalha de forma muito reativa nas empresas", afirma Joel Dutra, coordenador do Programa de Gestão de Pessoas da FIA. "Ele só age depois que os problemas acontecem."
O diagnóstico deixa clara a diferença abissal que há entre o discurso dos departamentos de recursos humanos e a prática do dia-a-dia. Há anos consultores e mesmo profissionais da área apregoam a necessidade de o RH contribuir