Gestão da qualidade em serviços e ergonomia
Wladimir Jatobá de Menezes
Mestre em Psicologia Social e do Trabalho - UnB jatoba.menezes@gmail.com Após a entrada em massa dos produtos japoneses no mercado mundial, provocando desequilíbrios em economias até então hegemônicas, as empresas ocidentais até hoje tentam decifrar o milagre japonês com a finalidade de importá-lo como instrumentos de alavancagem de negócios e aumento de competitividade. No Brasil, verificamos que as empresas, em geral, tendem a fazer uma leitura superficial deste milagre, restringindo a sua prática a programas limitados, como os programas de qualidade total, pois se sabe que esse modelo é apenas um das estratégias do gerenciamento da produção e do pessoal praticados no mundo empresarial contemporâneo. Esta visão parcial tem favorecido todos os tipos possíveis de leitura dessa prática gerencial, desde aquelas mais próximas do que se convencionou chamar de modelo japonês, como também algumas práticas distorcidas que se tentou denominar como melhoria contínua, como os “5S”, CCQ, o Just-in-time, Zero-defeito e Estoque-zero. Como também as derivações revisadas da gestão da qualidade total, como os Seis Sigmas, Gerenciamento de Projetos, entre outras práticas de gestão. Pegando-se como exemplo os 5S, sabe-se que se trata de uma prática de preparação do ambiente para a implantação de um programa de melhoria, entretanto as empresas o tratam como o próprio programa de qualidade. A história do país do Sol Nascente foi bem diferente. O que ocorreu no Japão após a IIª Grande Guerra foi uma conjunção de acontecimentos tão específicos que sua reprodução em qualquer outro contexto histórico seria impossível. Não basta querer replicar os passos seguidos pelo Japão, têm de se vivenciar todos os acontecimentos por que passou essa nação. Segundo Deming (1990), a sociedade onde estes programas fossem implantados em grande escala, passaria a ser um lugar onde todos seriam vencedores e