Fé e Religião em Spinoza

1426 palavras 6 páginas
Fé e Religião no racionalismo absoluto de Spinoza
RAFAEL BARASUOL MALLMANN
Santa Maria, RS, Agosto de 2002.

A filosofia de Spinoza é definida, em geral, como sendo um racionalismo puro, porque ele teve a pretensão de demonstrar que a totalidade do real é inteligível e que ela pode ser inteiramente conhecida por nosso intelecto. Por um impulso exclusivo da razão não haveria no mundo lugar para mistérios, milagres e coisas ocultas. Por esse motivo, o seu pensamento é uma crítica radical a todas as formas de irracionalismo e de superstição, seja religiosa, política ou filosófica.
Pelo seu ponto de vista, a superstição é uma paixão negativa nascida da imaginação (um conhecimento sensorial que produz imagens confusas das coisas em nossos sentidos) que sendo ela impotente para compreender as leis necessárias do universo, oscila entre o medo dos males e a esperança dos bens. Desta oscilação, a imaginação forja a idéia de uma Natureza caprichosa, dentro da qual o homem é só um joguete. E em seguida, essa concepção é projetada num ser supremo, onipotente e onisciente, que tudo governaria segundo os caprichos da sua vontade e segundo fins incompreensíveis para os humanos: DEUS.
Nascida do medo e da esperança, a superstição faz surgir uma religião onde Deus é um ser colérico (violento, raivoso, irado) ao qual se deve prestar culto para que seja sempre benéfico. Essa religião cria uma casta de homens encarregados de realizar os cultos, receber revelações ou profecias do ser supremo e interpretar suas vontades secretas. Mas a inconstância dos medos e esperanças dos homens faz com que a casta religiosa estabeleça leis, regras e mandamentos fixos que teriam sido ordenados por Deus, punindo com a morte e a tortura os transgressores, e estabelecendo para a sustentação de seu poderio, um aparato militar e político que opera por meio do terror. Logo conclui-se que, a superstição está na raiz de todo o Estado autoritário e despótico,no qual os chefes se mantém no poder

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