Futebol e arte
Glet ibro Freyree of t b l a t ueo-re
Agradeço a leitura criteriosa e os valiosos comentários dos professores Edson Nery da Fonseca e Jorge Siqueira e da colega Anatailde de Paula Crespo. No entanto, todos estão isentos de qualquer responsabilidade pelo texto e erros ainda existentes. Finalmente, agradeço a Jamille Cabral Pereira Barbosa, da Fundação Gilberto Freyre, pela cessão de fotocópias dos artigos de Gilberto Freyre publicados no Diario de Pernambuco e em O Cruzeiro.
TÚLIO VELHO BARRETO
Recorrendo às idéias do historiador inglês Eric Hobsbawm sobre a “invenção das tradições”, o antropólogo Hermano Vianna mostra como o samba deixou de ser apenas uma manifestação cultural de um segmento (os negros – o que fazia, por isso mesmo, com que os sambeiros fossem marginalizados e perseguidos) para se transformar em um dos símbolos da identidade cultural brasileira (1). As idéias de Hobsbawm, utilizadas por Vianna, podem ser resumidas assim: a aparente naturalidade que envolve a existência de tradições escamoteia a
TÚLIO VELHO BARRETO é pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, doutorando em Sociologia pela UFPE e autor de Representação Classista ou Representação sem Classe? (Massagana).
1 Hermano Vianna, O Mistério do Samba, Rio de Janeiro, Jorge Zahar/Ed. UFRJ, 1995.
REVISTA USP, São Paulo, n.62, p. 233-238, junho/agosto 2004
233
2 Eric Hobsbawm, “Introdução: A Invenção das Tradições”, in Eric Hobsbawm e Terence Ranger (orgs.), A Invenção das Tradições, São Paulo, Paz e Terra, s/d, p. 9. 3 Anatol Rosenfeld, Negro, Macumba e Futebol, São Paulo, Perspectiva, 1993. 4 Mario Filho, O Negro no Futebol Brasileiro, Irmãos Ponteggi, 1947. 5 A esse respeito, ver: Roberto DaMatta e outros, Universo do Futebol: