O trabalho de Freud traz grandes contribuições da teoria psicanalítica como a ampliação do conceito de sexualidade, não se restringindo ao genital, e a descoberta de sua importância em todas as atividades humanas. O interesse dele parte a respeito das questões da sexualidade se originou a partir da observação clínica da importância dos fatores sexuais na etiologia das neuroses e assim, elaborou três ensaios sobre a sexualidade infantil. Em Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905-1925), Freud relata que sexualidade e reprodução não coincidem, como atestam as perversões. O que classifica uma perversão é a escolha de um objeto ou de uma finalidade sexual que, embora desempenhe o mesmo papel que a satisfação sexual normal, não se relaciona com a finalidade dita normal da reprodução. O abandono da reprodução é a característica da perversão, e o que visa somente o prazer é chamado de pervertido: considera-se pervertida uma atividade sexual, quando foi abandonado o objetivo da reprodução e permanece a obtenção de prazer, como objetivo independente . A função reprodutiva passa a ser um critério limitador para a sexualidade. A homossexualidade, por essa lógica, seria uma perversão quanto ao objeto, mas o que Freud tenta mostrar é que o objeto não é pré-determinado, mas contingente, e a escolha heterossexual é tão enigmática quanto a homossexual. O saber da época sobre a sexualidade tinha como referência básica o conceito de instinto, entendido como um padrão fixo e invariável de comportamento, comum a todos os indivíduos de uma mesma espécie, voltado para um objeto específico e pré-determinado de satisfação, que o é precisamente por garantir que sua finalidade seja alcançada. Freud vai substituir o conceito de instinto pelo conceito de pulsão, que é ao contrário do estímulo, como sendo o representante psíquico de uma fonte interna, ou seja, endossomática e contínua de excitação, constituindo-se numa medida da exigência de trabalho feita a mente. A pulsão exige