Forúm de literatura - paideia

1417 palavras 6 páginas
Cânone e crítica forma

Este ensaio parte da premissa de que não há crítica ou teoria literária, por mais descritiva, na qual não esteja implícita uma posição sobre o valor. Como veremos, essa premissa é simultaneamente negada e aceita pelos dois polos de um debate que, com frequência, é apresentado como uma polêmica entre defensores de um firme cânone ocidental e culturalistas favoráveis a uma relativização ou abolição desse cânone. Além de tomar algumas posições que não se alinham com nenhum dos dois polos, este ensaio tenta demonstrar que a própria formulação do debate é problemática, e que o valor estético e o cânone literário podem e devem ser repensados em outros termos. Há correntes críticas do século XX, sabemos, que rejeitariam o pressuposto da inevitabilidade valorativa. O estruturalismo, com seu afã científico e universalizante, elaborou pouco sobre a questão do valor, optando por um projeto que tinha um caráter mais descritivo que valorativo, embora seus principais teóricos, como Roland Barthes e
Julia Kristeva, jamais tivessem escondido suas preferências literárias, mesmo nos momentos de maior formalização do método. Os textos de Roland Barthes em que a preocupação com o valor se torna explícita são aqueles escritos a partir do final dos anos 1960, depois da progressiva ruptura com a formalização do estruturalismo, já numa fase de seu pensamento em que são visíveis as inspirações nietzscheana e lacaniana, discursos com fortes componentes axiológicos.
Hegemônico durante décadas na crítica estadunidense, o New Criticism focalizou a valoração na diferença entre a literatura e a cultura de massas, mas não em distinções efetuadas no interior da série literária. Nas suas origens, nos anos 1930, os new critics– John Crowe Ransom, Allen Tate, R. P. Blackmur, Robert Penn Warren, Cleanth Brooks – se diferenciavam dos filólogos então dominantes ao conferir um papel edificante para a literatura, que fizesse desta oantídoto contra a vulgaridade massiva

Relacionados

  • O cristianismo como revolução educativa
    1179 palavras | 5 páginas
  • Historia da Educação
    2124 palavras | 9 páginas
  • Historia da educação
    2365 palavras | 10 páginas
  • História da educação
    3466 palavras | 14 páginas
  • analise de livro didatico de historia do ensino fundamentalI
    5276 palavras | 22 páginas
  • Podemos dividir a história da educação grega em três períodos:
    8699 palavras | 35 páginas
  • A Hist Rio Da Educa O
    5099 palavras | 21 páginas
  • história da educação
    5660 palavras | 23 páginas
  • Historia da educação
    6899 palavras | 28 páginas
  • Educação integral e desafios do cirrículo
    3654 palavras | 15 páginas