Formação de grupos sociais

É indubitável que a formação de um grupo social afeta peculiarmente o modo de ser e de agir de cada um dos membros que o compõe. Isso ocorre devido à influência dos valores e da cultura presente no grupo, que passam a fazer parte de sua identidade. Essa composição dá origem a uma mente coletiva, como chamava Freud (1921). Não sendo ela uma mera soma de pensamentos e ações individuais. É possível observar, de acordo com as falas das entrevistadas, que há um predomínio da liberdade em relação ao grupo no tocante a defesa de posicionamentos próprios, não podendo ser observada uma pressão dos membros uns sobre os outros. Isso pode demonstrar a existência de uma flexibilidade e de uma tendência a não-homogeneização do grupo. Fato que pode ser visualizado na fala de uma das entrevistadas: “aqui a gente tem um objetivo que por mais que seja comum, ele é individual.” (Entrevistada R.) Através dessa fala, podemos observar que apesar de ser componente do grupo, a individualidade da participante continua existindo. Cada um ainda continua demonstrando suas vontades, seus desejos e suas opiniões de forma individual dentro do grupo. É também perceptível a existência de motivações racionais que se misturam a posturas mais idealistas. As entrevistadas mostram que a grande motivação para o permanecimento no grupo é a busca pelo fim da patologia – a compulsão alimentar, principalmente. Embora afirmem, também, que o emagrecimento elevaria novamente a auto-estima e traria de volta a liberdade já perdida por conta do sobrepeso, o que demonstra uma motivação também emocional. Tal fato pode ser visto claramente na fala de R., mostrando a presença de uma linguagem fascinada no discurso da participante do grupo, que diz: “eu associo a uma pessoa mais livre, mais yoga, mais zen, mais... mais hippie, que é isso um pouco mais leve, mais magra... uma pessoa mais livre.” – associando a magreza a um ideal de liberdade, de tranquiliadade. No que diz respeito ao grau de individuação