Filosofia da ciência: paradigma

Exercícios da disciplina de Filosofia da Ciência
Exercício 6: Explique as características de um período de crise no paradigma.
Os períodos de crise no paradigma podem ser caracterizados principalmente pelo fracasso contínuo da chamada “resolução de quebra-cabeças” interna ao paradigma predominante. Tal fracasso consiste em falhar em relação às previsões que a teoria faz à cerca de algum fenômeno específico. Numa ciência amadurecida, ou seja, que possui um paradigma dominante e serve-se de teorias, métodos e instrumentos para interpretar e conceber a natureza do mundo. Esse período de aplicação dos conceitos e instrumentos estabelecidos para ratificar as predições da teoria, chama-se período de ciência normal, onde se acumulam sucessos preditivos, mas sem nenhuma grande novidade. O aperfeiçoamento dos métodos e instrumentos de conferência da teoria relevante acaba por tornar-se extremamente rigoroso no decorrer do tempo, o que o torna extremamente sensível a falhas no que diz respeito à relação teoria/mundo. Essa sensibilidade às falhas torna a teoria mais sujeita a fracassos preditivos. Os fracassos preditivos se acumulam e as pequenas anomalias que antes eram passíveis de serem ajustadas ao paradigma começam a se tornar inexplicáveis dentro do arcabouço conceitual existente, causando uma espécie de desconforto na comunidade científica.
Somado a isso, fatores externos podem contribuir para o estabelecimento de uma crise científica, sobretudo os fatores, políticos, sociais e culturais do período em que a crise ocorre. Se as demandas da sociedade não são atendidas pela ciência, e a ciência se vê limitada diante das anomalias percebidas, o solo científico se torna fecundo para a disputa de variações da teoria dominante, ou mesmo (como no caso do período pré-paradigmático) teorias novas e/ou distintas, que não podem coexistir pacificamente em uma mesma comunidade científica. Os método e instrumentos vigentes também começam a ser revisados, questionados e