Farmacovigilância: a importância da notificação de reações adversas em oncologia

2 INTRODUÇÃO

O câncer é uma doença caracterizada pela multiplicação e disseminação descontroladas de formas anômalas de células do organismo. Trata-se de uma das principais causas de óbito em nações desenvolvidas1. O mesmo representa um conjunto de mais de 100 doenças e é definido como enfermidades complexas de caráter mutacional, proliferativo, de crescimento celular aberrante, em que células em um mesmo microambiente, invadem os tecidos e órgãos adjacentes, podendo migrarem para regiões distantes do organismo, evento este conhecido como metástase2,3.
Entre as características do tumor maligno estão a auto-suficiência da sinalização de fatores de crescimento, insensibilidade a inibidores do crescimento, inibição da morte celular programada, potencial replicativo ilimitado, angiogênese, poder de invasão e capacidade de metastatizar-se4.
No Brasil, as estimativas do ano de 2010 apontaram que ocorreria um total de 489.290 novos casos de câncer, sendo 236.240 casos para o sexo masculino e 253.030 para o sexo feminino e serão válidas para o ano de 2011. Estima-se que o câncer epidérmico do tipo não melanoma (114.000 novos casos) será o que mais ocorre na população do Brasil, seguido pelos tumores de próstata (52.000), mama feminina (49.000), cólon e reto (28.000), pulmão (28.000), estômago (21.000), e colo do últero (18.000) (figura 1)3.
Denomina-se de quimioterapia antineoplásica a utilização de agentes químicos, isolados ou em combinação, tendo como principal objetivo o tratamento de tumores malignos5.
A farmacovigilância, para a Organização Mundial de Saúde, é a ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de reações adversas ou qualquer possível problema relacionado a fármacos6. E pode também ser definida como o trabalho de acompanhamento do desenvolvimento do desempenho dos medicamentos que já estão no mercado, principalmente os estudos de Fase IV. As suas ações são realizadas de forma compartilhada pelas Vigilâncias