Farmacos do SNC
Os benzodiazepínicos (BZDP) se ligam ao seu receptor próprio, que fica acoplado ao receptor ionotrópico GABA-A, e por alteração alostérica, aumentam a condutância do canal GABA-A ao cloreto. Assim, potencializam o efeito hiperpolarizante do GABA; no entanto, não possuem atividade inibitória na ausência do neurotransmissor. Em doses terapêuticas, os BZDP não causam depressão respiratória. Doses maiores podem gerar depressão respiratória secundária ao agravamento da hipóxia em pacientes com DPOC e pode agravar as complicações da apneia obstrutiva do sono (hipertensão pulmonar e sobrecarga ventricular direita; apesar de melhorar a qualidade do sono, considerar esses pacientes como contra-indicações relativas).
Quase todos os BZDP são bem absorvidos por VO, tem índice de ligação à proteínas plasmáticas variável com a lipossolubilidade do fármaco (70-99%). De acordo com a lipossolubilidade do fármaco, a redistribuição entre os tecidos mais e menos perfundidos será intensa ou não, podendo até mesmo afetar a duração dos resultados. Outros fenômenos influenciados pela lipossolubilidade a serem considerados são: a circulação entero-hepática dos BZDP; e a capacidade de atravessar a barreira placentária e de ser secretado no leite.
Esses fármacos sofrem intensa metabolização hepática (em 3 fases, sendo a segunda a mais demorada); exceto o lorazepam, que passa apenas por glicorunidação (fase 3; sendo menos hepatotóxico). Algumas classes de fármacos inibem algumas etapas do metabolismo hepático: anticoncepcionais e cimetidina, por exemplo; além do etanol e isoniazida, eritromicina, claritromicina e cetozonazol.
Em concentrações plasmáticas máximas, tontura, confusão mental, falta de coordenação motora e amnésia anterógrada são observados como efeitos adversos. Os BZDP costumam preservar as funções intelectuais.
Flumazenil: antagonista competitivo do receptor BZDP, utilizado na prática clínica em casos de suspeita de intoxicação com BZDP ou para reversão