faces dalei
Ocorre uma série de assassinatos. O perfil dos crimes é sempre o mesmo: as vítimas são criminosos; o assassino atira de perto e parece apresentar conhecimento sobre as vítimas; não deixa impressões digitais; a arma sempre de mesmo modelo é deixada no local, bem como um papel com uma pequena poesia escrita à mão, relacionada ao tipo de crime praticado pela vítima.
A narração dos fatos é feita em tom de confissão por Turky, que a princípio, pensa-se ser o assassino, mas que se descobre ser na verdade seu colega, Rooster.
Rooster tem personalidade forte, serena e extremamente calculista; demonstra tenra admiração pelo trabalho de seu parceiro Turky, a quem atribui o título de “um tira dos bons”. Cometeu ao todo 14 assassinatos. Para ele, matar, atirar em alguém é forma de aliviar as tensões do trabalho; então aproveita para eliminar da sociedade, pessoas que segundo sua visão não fazem falta nenhuma a ela.
Os dois parceiros representam, cada um, uma de duas visões antagônicas sobre o exercício da profissão deles. Turky atribui ao policial o dever de manter a população protegida. Rooster acredita que não se entra para a polícia para servir, nem para proteger, mas sim para adquirir respeito. Um procura a justiça pelo Estado e o outro pelas próprias mãos.
Rooster se torna um assassino incontrolável, e irônica e intencionalmente acaba sendo ele mesmo, de certa forma, sua última vítima, o último “ser inútil” que ele “varreu das ruas”.
Em caráter analítico, o filme constitui muito mais que uma simples abordagem acerca de um dos graves problemas verificados em corporações policiais: o exercício da profissão por mero desejo de poder e reconhecimento e os abusos cometidos por agentes. Vai além, promovendo uma reflexão sobre as origens de problemas dessa natureza. Origens que vão desde