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6993 palavras 28 páginas
Job006 Rev Bioetica N5 final

11/25/02

4:33 PM

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SIMPÓSIO
O papel da comunicação na humanização da atenção à saúde
Maria Júlia Paes da Silva
O artigo faz uma análise acerca do papel e influência da comunicação interpessoal no atendimento em saúde. Resgata a compreensão do ser humano como alguém que possui códigos psicossociais (lingüísticos) e psicobiológicos (seu comportamento e expressão não-verbal), argumenta que os pacientes estão atentos e criam vínculos, basicamente, pela maneira como o profissional consegue ser coerente e complementar na sua comunicação verbal e não-verbal. Entre os princípios de comunicação expostos, está o de que não existe neutralidade nessas trocas de mensagens feitas entre as pessoas, e que toda comunicação possui duas partes: o conteúdo, o fato, a informação que queremos transmitir, e o que sentimos quando estamos interagindo com o outro. O conteúdo está ligado ao nosso referencial cultural (que é diferente entre o leigo e o profissional) e o sentimento que demonstramos ao interagir, que é percebido (mais ou menos conscientemente) pelo outro, porque as emoções/sentimentos são expressos da mesma maneira (com variações de intensidade) em todas as culturas humanas. Finalizando, a autora conclui que para humanizar a assistência precisamos tornar mais consciente o código não-verbal, que fala da essência do ser humano.

Unitermos: bioética, comunicação, humanização, cuidados, cuidador, inconsciente

INTRODUÇÃO “Amar a humanidade é fácil. Difícil é amar o próximo.” (Henry Ford) A origem da palavra comunicar está no latim comunicare, que tem por significado por em comum. Ela pressupõe o entendimento das partes envolvidas, e nós sabemos que não existe entendimento se não houver, anteriormente, a compreensão (1) . E o que os nossos clientes de hospital, ou seja, os nossos pacientes, compreendem do trabalho de um profissional da saúde?
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Bioética 2002 - vol. 10 - nº 2

Maria Júlia Paes da Silva Professora livre-docente do

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