Etnocentrimo africano

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No passado, os missionários souberam valorizar as culturas locais. Hoje são chamados a fomentar a reconciliação entre as etnias e o crescimento de uma sociedade aberta à comunhão.

O virar do milénio é sem dúvida uma data fictícia, criada por motivos práticos de contagem do tempo. Mas é igualmente ocasião para um balanço. Também a África se interroga sobre onde é que se encontra e para que metas caminha. Um dos temas que mais impacte têm nos órgãos de informação e na sociedade deste fim de século é o da etnicidade. Basta abrir um jornal em qualquer parte da África para nos apercebermos do problema. Não se pode reduzir a temática a tribalismo, como normalmente se faz nos meios de comunicação ocidentais. É uma realidade bem mais vasta, que encontra consensos a nível internacional. Basta pensar nas tensões que ocorrem na Ásia (curdos, palestinianos, subcontinente indiano) ou na América Latina, onde as minorias étnicas estão a recuperar a sua identidade de povo com plenos direitos. A própria Europa não se encontra isenta deste fenómeno (veja-se o que acontece no Kosovo e no País Basco), com as reivindicações nacionalistas das diversas minorias, que pretendem o reconhecimento da sua singularidade.

É importante recuperar o alcance mundial destes impulsos étnicos. Mas focalizá-los em África como se fosso o único continente à mercê de «conflitos tribais», criar-se-ia um injusto sentimento de culpa. Além disso, a solução dos problemas ligados à etnicidade não pode ser simplesmente local. O etnocentrismo requer um empenho por parte de organismos internacionais: a ONU e OUA, a nível político, as igrejas a nível religioso. Estas instituições têm a força moral e a capacidade organizativa para intervirem de uma forma clara e sistemática.

Sobre o tema e as suas implicações em África, realizou-se na Universidade Católica de Nairobi (Quénia) um seminário centrado sobre o etnocentrismo no continente. O primeiro tema abordado foi a relação entre etnocentrismo e

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