Estudante

Quando o presente interfere no passado: Linguagem e Lugar social

Até que ponto a linguagem e o lugar-social alteram as lembranças? A historiografia tem uma longa discussão acerca de objetos e fontes históricas, discussão esta que perpassa o século XIX com a escola metódica, o século XX com todas as mudanças das três gerações da escola dos Annales e com a discussão pós-estruturalista por volta da década de setenta do mesmo século. Discussão a qual não me deterei, pois não é objetivo de meu artigo. A história oral como fonte histórica ganha corpo a partir da década de sessenta impulsionadas pelos relatos produzidos pela memória, esta influenciada pela história das mentalidades da escola dos Annales. Este novo campo A historiografia tem uma longa discussão acerca de objetos e fontes históricas, discussão esta que perpassa o século XIX com a escola metódica, o século XX com todas as mudanças das três gerações da escola dos Annales e com a discussão pós-estruturalista por volta da década de setenta do mesmo século. Não pretendo aqui efetuar uma genealogia da historiografia, até porque não é objetivo de meu trabalho. Todavia é preciso que se façam apontamentos, mesmo que rápidos, sobre as propostas historiográficas do século XX, em especial as da década de sessenta onde a terceira geração dos Annales estava remodelando as propostas apontadas pela geração anterior. Sustentaram uma operação historiográfica que deveria, sob seu ponto de vista, corrigir uma historiografia sociológica e econômica que fazia pesar sobre o homem a condição de “abstrações coletivas” em prol de um olhar voltado para temáticas tidas como mais humanas tais como as superstições, medo, o riso e o escárnio, ou a morte. Além de se ter subjetividades humanas como objetos de estudo, se tem o próprio homem. Fala-se daqueles homens que estão apodrecendo nas prisões, daqueles que estão remodelando seus corpos nas esquinas, daqueles que envelhecem e nem suas lembranças são tomadas como importantes,