Estrutura da lírica moderna Hugo Friedrich

Hugo Friedrich escreve Estrutura da Lírica Moderna (1978)com o objetivo de mostrar que a expressão lírica não é inferior à expressão filosófica, teatral. Discorre que a maneira com que poesia comunica-se é a dissonância (incompreensibilidade e fascinação). Essa tensão é o objetivo das artes modernas, pois a dissonância é a desordem. Segundo o teórico a poesia carrega uma obscuridade e é construída através de várias tensões. Exprime traços míticos ocultos que se contrastam com a simplicidade daquilo que é expresso. Friedrich acredita que a poesia não deve falar de coisas belas, mas sim do feio. Comportamento da composição lírica: sentir, observar transformar. O poesia moderna choca o leitor. Para ele a surpresa e a estranheza fazem parte dos sentimentos do leitor em relação ao poema moderno.
De acordo com teórico, o poeta apresenta uma dramaticidade agressiva. A poesia modernista gera um sentimento de choque ao leitor. O poema tem uma linguagem sem objeto comunicável, tem o efeito de atrair e perturbar quem a sente. Poesia moderna gera estranhamento porque rompe com a tradição. Tem uma lírica que se esquiva da realidade opressora. Segundo Hugo Friedrich, a poesia modernista mostra fragmento do mundo, interioridade neutra, mistura daquilo que é heterogêneo, é alheia ao habitual. A poesia moderna é despersonalizada.
Segundo o autor a poesia escapa do real é construída por uma seriedade não romântica com ideias marginais. Ela é uma atividade elitista, pois é hermética, ou seja, só vai ter sentido pra quem tem domínio técnico sobre o assunto. Hugo Friedrich coloca a poesia como resistência ao capital. O hermetismo da poesia é resistência. O autor diz que a poesia apresenta um vocabulário insólito e difícil de entender não só pelo significado da palavra, mas pela sua significação simbólica. Questiona o porquê de esse vocabulário ser assim. Para ele a poesia moderna fala da beleza de fealdade e por isso é difícil de compreender o vocabulário poético. Nessa fealdade