Estratégia e organizações - Caso Habbibs
Com um investimento inicial de apenas US$ 30 mil, o empresário Alberto Saraiva transformou o Habib's em um negócio bilionário, vendendo esfihas por menos de R$ 1. Agora, ele planeja investir R$ 800 milhões para triplicar o tamanho de sua rede
As luzes se apagam e odaliscas com velas aparecem dançando em um palco decorado como se fosse uma grande tenda árabe. Ao fundo, dois cozinheiros começam a preparar a massa das esfihas que serão distribuídas aos presentes no final. Sob o aplauso da plateia surge o empresário português Alberto Saraiva, 59 anos, dono da rede de fast-food Habib’s. Nos próximos 100 minutos, ele se movimentará pelo local pregando os seus mandamentos para a lucratividade, usando um timbre de voz semelhante ao de um pastor evangélico diante de seus fiéis. “Qualidade e preço baixo sempre dá muito dinheiro”, diz Saraiva ao microfone, enquanto coloca um avental para ajudar no preparo do quitute árabe.
“Cuidado: endividar-se é tornar-se escravo de maus resultados”, afirma em outro momento de sua palestra-show, como o próprio Saraiva define a apresentação. São, em média, duas por mês, ao redor do País, para um público que quer ouvir a história de superação desse imigrante português, torcedor fanático do Palmeiras, patrocinador do time do São Paulo e que fez sucesso ao criar uma rede de restaurantes de culinária árabe. Ao longo de sua trajetória de 25 anos, iniciada em 1988, com a primeira loja do Habib’s, na rua Cerro Corá, no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo, Saraiva criou uma das maiores empresas de alimentação rápida do Brasil.
Com um faturamento estimado de R$ 2 bilhões em 2012 (o resultado inclui as 12 empresas do grupo), está atrás apenas do McDonald’s, cuja receita somou R$ 3,6 bilhões no ano passado. Mas o apetite de Saraiva, que criou o Habib’s com um investimento inicial de US$ 30 mil, está longe de ter sido saciado. Neste ano, o empresário está