epidemiologia

1378 palavras 6 páginas
História e Definição de Conceitos em Epidemiologia
A tensão essencial entre a medicina individual e a medicina coletiva, desde os promórdios do pensamento ocidental na Grécia Antiga, reflita um antagonismo ancestral entre as duas filhas do deus Asclépios: Panacéia e Higéia. Panacéia era a padroeira da medicina curativa, prática terapêutica baseada em intervenções sobre individuos doentes, através de manobras físicas, encantamentos, preces e uso de pharmakon, ainda hoje se fala da "panacéia universal" para designar um poder excepcionalmente curativo. Sua irmã, Higéia, era adorada por aqueles que consideravam a saúde como resultante da harmonia dos homens e dos ambientes, e buscavam promovê-la por meio de ações preventivas, mantenedoras do perfeito equilíbrio entre os elementos fundamentais terra, fogo, ar, água. Da sobrevivência dessas crenças e práticas, através dos tempos, deveriam os conceitos de higiene e higiênico, sempre no sentido de promoção da saúde, principalmente no âmbito coletivo. (Maria Zélia Rouquayrol e Naomar de Almeida Filho)
Muitos autores acreditam que a epidemiologia nasceu com Hipócrates. De fato, a estrutura e o conteúdo dos textos hipocráticos sobre as epidemias e sobre a distribuição de enfermidades nos ambientes, por sua clara adesão à tradição higéica. sem dúvida antecipam o chamado raciocínio epidemiológico, como o reconhece a maioria dos textos que fundam o campo da Epidemiologia, desde MacMahon, Pugh e Ipsen até Lilienfeld. Não obstante, os herdeiros de Hipócrates trataram de reprimir o espirito da primazia do coletivo e estabeleceram o individualismo na Ilha de Cós. Dessa forma, buscavam garantir a hegemonia de sua prática frente às inúmeras seitas que, na Antigüidade, prometiam a saúde para os homens. Nesse sentido, a protoepidemiologia morreu com os filhos de Hipócrates, que revelaram um eficiente senso mercadológico e rapidamente se adaptaram aos tempos pós-helênicos através de um conveniente resgate de Panacéia, a zelosa deusa

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