ENTRE BARÕES, FOGUETES E QUILOMBOLAS
Volume 9, número 13, julho de 2012 – Dossiê História e Cidade
149
ENTRE BARÕES, FOGUETES E QUILOMBOLAS:
Museu Casa Histórica de Alcântara e a institucionalização de discursos e representações sobre a cidade de Alcântara1
BETWEEN BARONS, ROCKETS AND QUILOMBOLAS:
Casa Histórica de Alcântara Museum and the establishment of speeches and representations about Alcântara city;
DANIEL RINCON CAIRES
Especialista em História
Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM
São Luís, MA- Brasil daniel.caires@museus.gov.br RESUMO: Este trabalho tem como finalidade discutir o posicionamento dos museus em geral e do Museu Casa
Histórica de Alcântara (MCHA) em particular, com relação às representações e discursos que incidem sobre a história. Partindo-se da premissa de que “toda instituição museal apresenta um determinado discurso sobre a realidade”, busca-se observar a orientação conceitual do MCHA desde sua fundação, em 1986, destacando sua relação com a cidade de Alcântara, que abriga a maior concentração de territórios quilombolas do Brasil, palco de disputas intensas entre diversos atores sociais em torno das terras e da força de trabalho, desde os tempos coloniais até a atualidade, marcada por sonhos espaciais.
Palavras-chave: Museus e história. História de Alcântara. Discursos e representações.
ABSTRACT: This paper aims to discuss the role of the museums in general, and of the Museu Casa Histórica de Alcântara (MCHA) in particular, about the representations and discourses that are built upon history. Taking as true the premise that “all museums displays a discourse about reality”, we try to observe the conceptual orientation of the MCHA since its foundation, in 1986, emphasizing its relationship with the city of Alcântara, that upholds the biggest concentration of maroon territories in Brazil, a place of intense disputes between diverse social actors for land and work, since the colonial times to the present days marked by space