Ele Como Acusativo no Português Brasileiro

538 palavras 3 páginas
Introdução
É comum o uso do pronome “ele” como acusativo no português brasileiro. De acordo com a “Moderna Gramática Portuguesa”, de Evanildo Bechara, as funções sintáticas integráveis (como é o caso do objeto direto aqui estudado) “podem ser substituídas por pronome pessoal adverbal átono, também chamado clítico”. Entretanto, a partir do Modernismo, houve uma popularização da substituição do clítico acusativo em 3ª pessoa pelo pronome lexical.
Neste trabalho, procuramos buscar os contextos linguísticos que podem atuar nas variáveis de preenchimento do objeto direto, abaixo listadas:

I. O clítico acusativo;
Exemplo: Terminei minha resenha. Preciso entregá-la amanhã.
II. O pronome lexical;
Exemplo: Terminei minha resenha. Preciso entregar ela amanhã.
III. Sintagmas nominais (SNs) lexicais plenos ou lexicais com determinante modificado;
Exemplo 1: O professor passou uma resenha como trabalho e precisamos entregar a resenha para o próximo mês, mas a resenha é muito difícil.
Exemplo 2: O professor passou uma resenha como trabalho e precisamos entregar isso para o próximo mês.
IV. A categoria vazia objeto (SNe).
Exemplo: Terminei minha resenha. Preciso entregar [] amanhã.

O primeiro caso é tido como o correto pela norma gramatical, mas é raro empregá-lo em língua falada, como abordaremos na primeira parte do primeiro capítulo deste estudo. O clítico acusativo (o/a) tem sido claramente substituído pelo lexical (ele/ela), pelo SN ou pelo objeto vazio, sendo este último o mais frequentemente utilizado. Desta forma, a estrutura acaba caindo em desuso.
Já na segunda parte, trataremos sobre o desaparecimento dos pronomes oblíquos, que está relacionado à dissociação da terceira pessoa aos outros pronomes pessoais. As variações de gênero e pluralidade e o emprego na sintaxe do “ele” como acusativo assemelham-se mais aos nomes e demonstrativos – aos quais estão diretamente relacionados – do que a primeira e a segunda pessoa.
Por fim, analisaremos o caso do

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