Educação

A mídia como educadora coletiva: cidadania ou apatia?

Resumo Tomamos como ponto de partida o consenso de especialistas quanto ao fato de que os efeitos positivos e benéficos de um conhecimento dependem da demonstração pública do bom senso de sua aplicação prática. Neste sentido, indagamo-nos sobre a “transitividade” do conhecimento transmitido pela mídia, isto é, sobre as possibilidades de sua operacionalização no âmbito das comunidades receptivas contemporâneas. Para tanto, colocamos a leitura ou o entendimento da programação televisiva como o ponto focal de impasses atuais que dizem respeito à utilidade de maior parte da massa informativa produzida e despejada sobre seu público por parte das redes televisivas. Questionamos em seguida o emprego puro e simples da razão argumentativa no esforço interpretativo dos programas, sugerindo alternativas para a leitura mais afinadas com a dimensão emocional do que com a semântica lingüística. Frisamos a urgência de que se repense a prática educacional a partir do influxo transformador da mídia, tendo a leitura crítica da programação como eixo metodológico.

Palavras-Chave
COMUNICAÇÃO – LEITURA CRITICA - EDUCAÇÃO

Já não é mais novidade para ninguém que a mídia se impõe hoje como dona da agenda social, política e cultural dos territórios nacionais, em especial naqueles onde se revelam particularmente fracos os níveis de educação coletiva. Embora a Internet, “mídia instantânea”, venho sendo apontada como mídia de ponta, a televisão em circuito aberto ainda capitaneia todo esse processo. Seu grande recurso de contato com os amplos públicos urbanos é toda uma estética popular-televisiva desenvolvida num quadro latino-americano e nacional, onde são cada vez mais exíguas as manifestações culturais autônomas por parte das populações.
A televisão aparece de fato como o entretenimento hegemônico, com todos os seus modos de ocultar e distorcer a realidade vivida. Um levantamento da CEPAL