EDUCAÇÃO E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

É reconhecida a responsabilidade histórica do Estado brasileiro pelo escravismo e pela marginalização econômica, social e política dos descendentes de africanos, uma vez que: O racismo e as práticas discriminatórias disseminadas no cotidiano brasileiro não representam simplesmente uma herança do passado. O racismo ainda é fortemente incrustado na sociedade brasileira. Onde os ambientes de trabalho também são afetados ainda hoje por diversas formas de preconceito e discriminação. Às vezes de maneira subjetiva e velada, outras vezes de forma explícita. Imagine ser impedido de entrar numa reunião em um prédio corporativo por conta da sua raça, etnia, vestimenta. Ou então ouvir desaforo de alguém que lhe inferiorizou por conta da cor da sua pele. Nós estamos acostumados a ver recepcionistas, domésticas e seguranças negros, aceitamos, pois achamos o serviço duro e cansativo que pode ser feito por eles, mas, se vemos um negro num cargo considerado de relevância, de diretoria, de juiz supremo, não aceitamos, achando que isto é um absurdo, algo fora do normal e da lógica racista. Nas escolas, estas cenas são evidentes, entre grupos de alunos, que se mobilizam ativamente para expandir sua tribo, cada qual com suas particularidades, fazendo frente a outra que não se encaixe nos seus atributos, seja por motivo de cor de pele, cabelo, tatuagem, vestuário, religião e até financeiro. Apesar das escolas coibirem este tipo de manifestação, muitas não tem preparo adequado para garantir, nem dispersar estas manifestações, que haja vista são colocadas como bulling e não como racismo. Acredito que devemos discutir arduamente esses temas a partir da reflexão pessoal, é uma forma de sensibilizar os envolvidos para que possam atuar contra o racismo institucional escolar, mas também em diversas outras instâncias. É um ganho pessoal e moral muito grande quando a gente entra em contato com os nossos preconceitos. Pois, o racismo produz diferenças, que produzem violências, que afetam as