Economia de comunhão: um novo agir econômico-social

14972 palavras 60 páginas
1 A INSTRUMENTAL RACIONALIDADE ECONÔMICA

1.1 A ética e a moralidade no pensamento econômico

É habitual referir que a Economia nasceu como ramo da Filosofia Moral e da Ética conforme se observa em Vasconcellos (2004), “no período anterior à Revolução Industrial do século XVII, que corresponde à Idade Média, a atividade econômica era vista como parte integrante de Filosofia, Moral e Ética. A Economia era orientada por princípios morais e de justiça. Não existia ainda um estudo sistemático das leis econômicas, predominando princípios como a lei da usura, o conceito de preço justo (discutidos, dentre outros filósofos, por Santo Tomás de Aquino).”.
De fato Adam Smith, considerado o “pai” da Economia enquanto ciência autônoma começou por escrever a Teoria dos sentimentos morais (1759), que é no fundo um tratado sobre a ética do ser humano e da sua capacidade de se relacionar e dialogar. Smith acreditava que só era possível falar de Economia se existisse paralelamente uma análise bem fundamentada das motivações intrínsecas do ser humano ao nível moral, ético, político e social. No entanto, apesar de estas preocupações com a ética terem se mantido no período dos clássicos, a verdade é que a partir do final do século XIX, com a revolução marginalista, essa preocupação foi-se desvanecendo. (McDade, 2010).
Em 1776 Smith publica aquela que seria sua mais importante obra, A riqueza das nações, onde o autor descreve a economia sendo guiada com base em um homem egoísta, extremamente racional que oferece primazia à razão instrumental em detrimento da razão substantiva (o homo oeconomicus).
Os pensadores clássicos da escola utilitaristas construíram a teoria econômica sobre esse alicerce e de acordo com essa concepção o ser humano passou a ser entendido como um ser economizante, que tem como objetivo maximizar a satisfação de seus interesses individuais. Assim, perdeu-se a conotação de que o homem tenha a capacidade de vir a ser um ente que possa buscar o bem comum, ser

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