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2455 palavras 10 páginas
LAFER,Celso. "A mentira: um capítulo das relações entre a ética e a política". Em: NOVAES Adauto. Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p.225-235

Higor Carlos Cardoso Furtado dos Santos

Lafer diante dos dois posicionamentos em relação a problemática da ética e da mentira, coloca-se como defensor das ideias de Platão e Benjamin Constant e formula uma justificativa para a mentira, em especial aos casos em que considera estimável o seu uso. No entanto, demonstra que existem duas “correntes” para esse problema que foram propaladas, em específico no Ocidente. Os dois posicionamentos são representados ora por Santo Agostinho e Kant que não admitem a mentira mesmo que se entenda por necessária ora por Platão e Benjamin Constant que enxergam o lado ruim da prática mentirosa mas que perceber a sua justificalidade para casos excepcionais.
De acordo com Celso Lafer , existe um paralelismo que permeia a relação entre ter uma vida de moral e estar ao poder, retas que raramente irão se encontrar ou nunca. O que gera um incômodo, pois acarreta um desencontro entre a ética e a política de forma que mesmo buscando encontrar virtudes, probidade e lisura na vida pública, não se a achará. A referida constatação ensejou ao autor a uma investigação sobre as relações entre ética e política. Especificadamente tenta justificar a mentira como desvio ao princípio ético da veracidade e o motivo que legitima a ação de mentir do governante, em benefício de toda a comunidade.

À época do fundador do pensamento e da política moderna, Maquiavel, que a “força do leão e a astúcia da raposa”, coragem e habilidade, são consagradas as virtudes importantes no comando da ação política, distanciado da verdade que nunca foi elencada como uma viude política, bem observado pela Hannah Arendt ( 1973). Nesta supremacia, as mentiras têm se revestido de propriedades “verdadeiras”, que se justificam pelas

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