Donos do poder

530 palavras 3 páginas
Obra de reconhecida importância para o estudo e o debate da formação política do Brasil, Os donos do poder, de Raymundo Faoro, convida o leitor para uma viagem ao universo de forças que impuseram ao país algumas de suas mais características feições políticas atuais*. Pode-se ler o livro de Faoro como uma genealogia não apenas dos conceitos que geralmente utilizamos para analisar a sociedade e a política brasileiras na sua história – como a ideia de estamento burocrático e capitalismo político vêm afirmar –, mas também de maneira um pouco mais ampla. Encontra-se igualmente nele um estilo e uma narrativa que denunciam algumas ideias historiográficas do autor, numa relevante consideração do seu método de imaginação histórica. É com referência a esse traço, lançado no interior do texto de Faoro, marcado pela sua estilística tanto quanto pela sua intenção narrativa, que o meu artigo se ocupará.
Abrindo o livro com a formação do Estado português, nos séculos XIV e XV, Faoro deixa registrado o seu tipo de recuo histórico. A história será um grande baú de memórias, dentre as quais, por meio de alguns conceitos da sociologia e da ciência política de Max Weber principalmente, o autor tentará religar os acontecimentos passados em uma tradição, uma filiação, uma genealogia que os defina. Para montar essa genealogia, Faoro toma como marco inicial as guerras de reconquista e de ordenação do reino de Portugal, juntamente com o projeto de conquista e expansão do seu Império Ultramarino, para elaborar o conceito, fundamental em sua análise, de um Estado patrimonial. Esse Estado, muito precocemente constituído em Portugal a partir da empresa do Príncipe, inviabilizou o desenvolvimento de uma classe feudal independente, pois trouxe para o interior do Estado a direção da economia, desvinculando-a dos arbítrios dos barões proprietários de terras. Dessa ideia, o autor desdobrará a tese de que
Os reis portugueses governaram o reino como a própria casa, não distinguindo o tesouro

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