Doenças ocupacionais
O trabalho é direito garantido ao cidadão pela Constituição brasileira. Entende-se como trabalhadores todos os homens e mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou informais da economia. Estão incluídos nesse grupo os indivíduos que trabalharam ou trabalham como empregados assalariados, trabalhadores domésticos, trabalhadores avulsos, trabalhadores agrícolas, autônomos, servidores públicos, trabalhadores cooperativados e empregadores, particularmente, os proprietários de micro e pequenas unidades de produção. São também considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades não remuneradas, habitualmente, em ajuda a membro da unidade domiciliar que tem uma atividade econômica, os aprendizes e estagiários e aqueles temporária ou definitivamente afastados do mercado de trabalho por doença, aposentadoria ou desemprego. Porém, para trabalhar, o indivíduo necessita estar saudável e manter sua saúde. Não é admissível ética e legalmente que o indivíduo perca saúde ou adoeça por trabalhar. Aprender a lidar com a saúde do trabalhador é, sobretudo, adquirir um olhar coletivo sobre a saúde, e não sobre as doenças. Para isto, a saúde do trabalhador não se ocupado do indivíduo, mas da população ou da coletividade trabalhadora. No Brasil, as relações entre trabalho e saúde do trabalhador formam um mosaico, existindo múltiplas situações de trabalho caracterizadas por diferentes estágios de incorporação tecnológica, diferentes formas de organização e gestão, relações e formas de contrato de trabalho, que se refletem sobre o viver, o adoecer e o morrer dos trabalhadores. Essa diversidade de situações de trabalho, padrões de vida e de adoecimento tem se acentuado em decorrência das conjunturas política e econômica. O processo de reestruturação produtiva, em curso acelerado no país a partir da década de 90, tem consequências, ainda pouco