Documentário "Lixo Extraordinário"

“Lixo Extraordinário” foi filmado ao longo de dois anos (entre 2007 e 2009), lançado em 2009, e tem como diretores os brasileiros João Jardim e Karen Harley e a britânica Lucy Walker. O documentário também teve a participação do produtor-executivo Fernando Meirelles.
O filme relata o trabalho do artista plástico Vik Muniz num dos maiores aterros sanitários do mundo, o Jardim Gramacho, localizado na periferia do Rio de Janeiro. O primeiro objetivo do artista era fotografar um grupo de catadores de materiais recicláveis, retratando suas vidas simples, e realizar uma obra de arte com os materiais coletados. O trabalho, porém, acaba por revelar muito mais do que os diretores esperavam. Ao longo das produções das obras, Muniz conhece sete catadores, dentre eles Tião Santos, presidente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho. A história dele e dos outros catadores é envolvente, cheia de dignidade e simplicidade. A emoção é notável em cada um dos relatos, demonstrando a força que cada um tem por continuar num lixão (lugar intolerável para muitos) e tirar dali o seu sustento e o da família.
Vik Muniz mostra que se sentiu mudado após conviver no lixão por meses a fio. O trabalho tornara-se muito mais do que um trabalho para ele. Muniz sentiu que poderia mudar a situação dos catadores, ajudá-los de alguma maneira. Ele entrega-se à causa, participando do projeto (do filme e das obras) com bastante profissionalismo, mas sem esconder o sentimentalismo.
As obras foram feitas com os materiais reciclados recolhidos, resultando em trabalhos maravilhosos. Um deles retratava Tião, sentado numa banheira com os olhos fechados, e o monte de lixo ao fundo. A obra foi leiloada em Londres por quase cem mil reais, e boa parte do dinheiro foi revertido em benefícios para a comunidade que vive diariamente com o lixão. O documentário foi aos cinemas de todo o Brasil no ano de 2009 e já no ano seguinte recebeu o prêmio SUNDANCE, como melhor documentário