discurso da resistência e da intolerância

1. RESUMO

Vivemos em um mundo onde se configura cada vez mais o discurso da multiculturalidade, em que se abre espaços não só para o discurso das diferenças, mas também, aos discursos outrora rejeitados e, ainda, por vezes, marginalizados por pertencererem à fuga do discurso padrão. Dentre eles, podemos destacar o discurso gay: um estilo de vida, com suas particularidades ideológicas.
Hodiernalmente, graças ao período de transição democrática, é possível dedicar-se com maior liberdade aos estudos de problemáticas sociais que por séculos foram vistas como tabus. Também, é possível aplicar maior maturidade e profundidade às causas que ainda geram o discurso do ódio e da intolerância. Deve-se compreender que não são apenas as Ciências Exatas e Biológicas que contribuem para a comodidade do ser humano; as Ciências Humanas certificam-se em fortalecer as relações (intra)pessoais fundamentadas em respeito, observando as paixões consistentes à natureza humana, rodeadas por discursos extramistas da anormalidade e normalidade, transitanto em picos de: prazer ou desprazer, honra ou desonra, valorização ou depreciação que são (impostas) discursivisadas aos homens. No desejo de identificar as marcas discursivas que contribuem para o discurso do ódio e da intolerância, esse trabalho destaca-se no ímpeto de analisar o discurso de um gay para com o outro. Ou seja, sujeitos pacientes da discriminação e que a reproduzem entre os seus, uma vez em que a cultura que nos é passada pode vir antecedida por preconceitos que chegam até a nós camuflados, não sendo possível identificar a intolerância ali presente. Reconhecendo a dificuldade que muitos gays se deparam com o discurso homofóbico sobre eles, deve-se observar, também, a intolerância e discriminação que ocorrem entre si. São inúmeros os discursos que se escondem em piadas e até mesmo em conversas íntimas, onde a intolerância atua sutilmente, mas com imenso poder de marginalização. À luz de grandes estudiosos,