Direito

A Obra “A República”, de Platão, inicia-se com a ida de Sócrates e Glauco (irmão mais velho de Platão, assim como Adimanto) ao Pireu, ambos com o objetivo de fazerem orações à deusa Atena, e também de ver como celebravam a festa em Pireu. Antes que fossem embora, Polemarco, filho de Céfalo, pediu que ficassem, alegando que ainda haveria uma corrida de archotes a cavalo em honra da deusa, e uma festa noturna. Sócrates e Glauco resolveram ficar, e chegando à casa de Polemarco, depararam-se com Lísias e Eutidemo, irmãos de Polemarco, e também, além deles, Trasímaco de Calcedônia, Carmantidas de Paianieu e Clitofonte, filho de Aristonimo. Também estava lá o pai de Polemarco, Céfalo, sentado numa cadeira almofadada e com uma coroa na cabeça, pois havia acabado de fazer um sacrifício no pátio ao protetor da casa: Zeus Herkeios. À visão de Sócrates, Céfalo pareceu bastante envelhecido.
Logo que Céfalo viu Sócrates o saudou, dizendo que ele (Sócrates) quase não ia ao Pireu, devia ir com mais frequência, pois se ele ainda tivesse forças, não seria preciso Sócrates ir ao Pireu, ele é quem iria até à cidade para ver Sócrates. Sócrates, concordando com Céfalo, disse que era um prazer para ele conversar com pessoas de idade bastante avançada, pois estas já estão bem à frente por terem já vivido o que os outros talvez ainda viverão, e ainda questionou a Céfalo sobre o que ele pensava da velhice, se seria áspera e difícil ou fácil e transitável. Sobre isso, Céfalo afirmou que os males que vinham com o passar dos anos não seriam efeitos da velhice, mas o resultado do caráter das pessoas. Sócrates ainda o incita a falar, dizendo que a maioria das pessoas pensa que ele suporta bem a velhice não por causa do seu caráter, mas por sua riqueza. Ele então fala que nem um homem de princípios suportaria bem uma velhice na pobreza, nem um homem qualquer aceitaria a velhice, mesmo que seja rico; ainda continuou falando que tudo que obteve foi por herança, pois Sócrates o havia perguntado