Diferença entre compostos orgânicos e inorgânicos

1 - INTRODUÇÃO

Muito antes da química se estabelecer como ciência, e mesmo antes de iniciar sua história, ou seja, em tempos pré-históricos, já se faziam sentir o uso de operações e substâncias químicas, podendo-se assim falar em uma pré-química. A evolução da química orgânica data metade do século XVIII, quando evoluía da arte dos alquimistas para uma química moderna (MCMURRY, 2011). Foi nesta época que o químico sueco Tobern Bergman sugeriu a divisão da química em orgânica e inorgânica, pois segundo ele haviam diferenças entre substâncias orgânicas e inorgânicas (CONSTANTINO, 2012).“No início do século XIX, enquanto a Química Inorgânica (basicamente a Química Mineralógica) apresentava já uma razoável evolução do ponto de vista teórico, a Química Orgânica encontrava-se ainda grandemente associada às chamadas “química animal” e “química vegetal”, que poderíamos chamar, modernamente, de química fisiológica e química de produtos naturais” (NEVES, 2011, p. 72). A clássica síntese de Friedrich Wöhler, publicada em 1828 desconstruiu esta ideia de que os compostos orgânicos só poderiam ser sintetizados por organismos vivos, pois através da sintetização do cianeto de amônio (composto inorgânico) ele conseguiu explicar que compostos orgânicos podem ser obtidos através da síntese de compostos inorgânicos (SOLOMONS, 2012). A partir deste momento a Química Orgânica passou a denominar a química que estuda os compostos do carbono, pois todas as substâncias orgânicas contêm o elemento carbono. Nos compostos orgânicos, os átomos de carbono estão unidos entre si formando estruturas denominadas de cadeias carbônicas. A Química Inorgânica concentra em estudar o reino dos compostos não orgânicos, que inclui todos os compostos naturais e artificiais sintetizados de compostos metálicos e não metálicos (ou seja, estuda os elementos químicos e as substâncias da natureza que não possuem carbono coordenado em cadeias). Estes compostos inorgânicos compreendem cerca de 95% das