Diane Arbus

As inquietudes da fotógrafa americana Diane Arbus são uma dádiva e um marco para a fotografia contemporânea. Enquanto a maioria dos fotógrafos nos convidam a uma incursão por belas paisagens e outros nos mostram pessoas bonitas -de corpo e mente- Diane nos apresenta a vida sob diferentes ângulos que, aos poucos, personagens estranhos, ou simplesmente incomuns, são revelados: o diferente, o feio, o grotesco. A fotógrafa expõe as “fraturas” da sociedade.
Diane Nemerov nasceu em Nova York, em 1923, numa rica família de judeus, e sofreu com as pressões exigidas pela sua posição social. Aos 18 anos, casou-se com Allan Arbus, que era fotógrafo. Com ele, tomou gosto pela fotografia tornando-se sua assistente em trabalhos para revistas de moda. Mas, o mundo que as revistas apresentavam deixava Diane desconfortável. Para ela, não havia mistério nem encantamento nas imagens produzidas para o mercado publicitário e da moda. Em meio a esses questionamentos, decide em 1959, abandonar a parceria com Allan. Com o rompimento profissional, o casamento também chegou ao fim. Apesar de ter passado por uma fase difícil, Diane encontrou apoio da fotógrafa Lisette Model, que a encorajou a desenvolver temas da heterodoxia e, ao mesmo tempo, aperfeiçoar aspectos técnicos. A partir daí, Arbus concentra sua carreira no fotojornalismo, publicando trabalhos na Esquire, The New York Times Magazine, Sunday Times, entre outras.
Diane Arbus tinha em comum o interesse pelo indivíduo e a escolha pelo formato de retrato - sempre em preto e branco - que são marcas de seu trabalho, muitas vezes comparado com as fotografias de August Sander − grande fotógrafo alemão reconhecido por seu trabalho documental e por retratos dos mais diferentes tipos humanos − e Richard Avedon - fotógrafo americano reconhecido por sretratos que capturavam a essência de seus retratados. Assim como Sander, seus modelos eram fotografados invariavelmente de frente, tendo a mesma construção estética. Os retratos de Arbus