Deus Da Carnificina

Aluna: Mariana Castello Branco de Lima
Filme: Deus da Carnificina

O filme começa com um hipotético apelo ao senso de comunidade, apresentando uma forma civilizatória dos pais tratarem um problema ocorrido entre seus filhos, quando, aos poucos, as máscaras de aparência social vão caindo e os personagens se embatem entre si. Aquilo que antes aparecia como vínculo comunitário, vai se esvaindo e transformando-se na sua total negação. Pelo ângulo da mediação, vemos uma tentativa de negociação (quando as próprias partes, sem auxílio de um terceiro, buscam a solução do conflito em que estão envolvidos). É criada uma disputa entre as partes, no intuito de se proteger e proteger seus próprios interesses. A história mostra o “atrito” entre os casais, onde as partes não conseguem chegar muito longe apenas com suas aparências e posições. O emocional se faz presente a todo tempo, influenciando negativamente e impossibilitando, que o conflito possa, de fato, ser resolvido. No entanto, isso nos remete a questão da “escalada” do conflito, onde este vai aumentando e tomando proporções cada vez maiores devido a “ação e reação”, onde cada parte interpreta de sua maneira a fala do outro e reage de acordo com tal interpretação. Também vale ressaltar, que o presente filme também destaca a presença de um conflito interno dentro dos próprios casais, onde ambos demonstram reações de uma acumulação de desgastes ao longo do tempo. O filme trata do sistema social em que se exalta a importância dos acordos supostamente civilizados entre as pessoas, entretanto, mostra também a negação da sua efetividade. Negação esta, que ocorre pela falta de um terceiro imparcial no processo, um terceiro que possa entender o processo de construção do presente conflito, que facilite e ajude a reestabelecer o dialogo entre as partes, que possa auxiliar na construção de um acordo de beneficio mutuo entre ambas, e que sempre atue tendo em vista a preservação das relações, como ocorre na