Desenvolvimento Ok

2 - A crise do Estado-nação. 2.1 - O que é crise? Antes de partirmos para a análise do papel do Estado-nação, vamos definir o que entendemos por crise. Trata-se de um processo, de um período onde rupturas periódicas geram uma desordem e um desequilíbrio em relação a uma situação anteriormente definida. Estas transformações também pressupõem a busca de uma possível e necessária solução. 2.2 - Há crise no Estado-nação? A chamada “crise” do Estado-nação não representa o fim dos princípios do Tratado de Westphália, mas sim os reflexos das mudanças resultantes do processo de Globalização e de transnacionalização da economia. O Consenso de Washington (1989) tem importante papel neste processo, pois produz o enfraquecimento dos poderes do Estado e, segundo SANTOS, Boaventura de Sousa (1992, p. 43) “[...] em seus termos o modelo de desenvolvimento orientado para o mercado é o único modelo compatível com o novo regime global de acumulação, sendo, por isso, necessário impor, à escala mundial, políticas de ajustamento estrutural [...]”. A economia que a partir de então começa a existir é marcada por um caráter essencialmente supranacional e seu ajustamento estrutural ocorre perante a atuação de dois grandes atores deste novo período: as empresas transnacionais e a força do mercado global. O poder que ambos - empresas e mercado - têm para romper com as estruturas anteriores irá interferir na governabilidade dos Estados-nação, fazendo com que eles percam parte de sua soberania no âmbito nacional em função de uma nova governabilidade global. O mercado é um substituto do governo porque é considerado como um modo satisfatório de governabilidade: ele produz resultados ótimos quando seus funcionamentos são o mínimo possível, impedidos por regulação institucional estranha. (HIRST e THOMPSON, pag. 286). Mas quando o mercado substitui o governo, quais são as implicações? A redução da ação estatal é decisiva para interferir nas políticas estatais de estímulo ao