Decodificação

Decodificação da Obra
“Vestido de Noiva”
- Nelson Rodrigues

Decodificação da Obra “Vestido de Noiva” – Nelson Rodrigues

Encenada pela primeira vez em 1943, a peça de Nelson Rodrigues mostra ações simultâneas em três planos – da realidade, da alucinação e da memória. A peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues causou grande impacto na época, por ter uma linguagem forte e pelo tema abordado. A peça configura uma crítica corrosiva a determinada classe da sociedade carioca. Tal como ressalta o crítico Ronaldo Lins: “Vestido de Noiva movimenta seu drama dentro de um círculo fechado. Ali está uma peça cujos problemas se passam no nível da pequena burguesia, que a aplaudiu e deu notoriedade”.
Mesmo com tantas críticas, muitas polêmicas, muitos insultos, podemos observar o êxito do teatro de Nelson Rodrigues: agradar a plateia, ao mesmo tempo em que a insulta. E é nesse estilo que essa peça se tornou um marco na história da dramaturgia nacional e deu início ao processo de modernização do teatro brasileiro.

Análise Estética da Obra

Construída a partir de características das tragédias “Shakespearianas”, a peça teatral Vestido de Noiva, marca a renovação do teatro brasileiro ao se voltar para a realidade de cunho psicológico.
O gênero que, por excelência, incorpora o ridículo da incivilidade sentimental é o melodrama moderno. Isso ocorre, porque o melodrama parece tentar imitar a purificação da alma encontrada na tragédia clássica numa época em que a indignação já não tem lugar. Valores como a honra perderam o significado, numa sociedade em que a dignidade depende de pressupostos materiais.
A peça apresenta ainda outra inovação: o plano da realidade, o plano da alucinação e o plano da memória. Através do corte desses três planos tem-se o conteúdo da peça.

“Plano da realidade: é o que dá início à peça, o estrépito de um acidente de carro é seguido de