Dai me marca

865 palavras 4 páginas
Introdução

Vivemos numa época em que o declínio das tradições e a aceleradíssima pluralização de valores e referenciais identificatórios, alimentada por uma poderosa indústria do consumo e da mídia imperam nas sociedades ocidentais contemporâneas, o que nos obriga a pensar sobre um novo modo de constituição das subjetividades. Nós psicanalistas, filhos do individualismo e da família burguesa, não podemos fechar os olhos para o fato de que nossos pacientes nos apresentam novos sintomas, atrelados a novas formas de se situarem num mundo que já se distancia bastante da "moral sexual civilizada" descrita por Freud. Uma das maneiras pela qual esta mudança de hábitos civilizatórios e valores pode ser discutida é através dos diversos grupos ou "tribos", referidas a distintos modos ou "estilos de vida", que fazem parte do cenário das grandes cidades contemporâneas.
Assim, assistimos no nosso universo urbano a uma disseminação incessante de "clãs" ou "tribos" (punks, yuppies, skatistas, modernos, etc.) que se distinguem umas das outras principalmente por distintivos na imagem visual dos seus membros. Tais distintivos, bens de consumo que tornam-se alvo de grande cobiça entre os membros da tribo, são peças essenciais de uma engrenagem que se sustenta basicamente na lógica da exclusão/inclusão, a qual pode levar inclusive a atos extremos, tais como o confronto corporal entre dois ou mais bandos.
Entretanto, gostaríamos de lembrar que, apesar do fenômeno das tribos ser mais facilmente observável nos jovens, podemos notar que a própria idéia de ser jovem para sempre - vinculando-se a uma tribo jovem, por exemplo - é vendida maciçamente a todo momento. Na sociedade de consumo contemporânea, vivemos cercados pelo "mito da novidade" por todos os lados, de modo a juventude se torna, ela própria, uma mercadoria de alto valor que é almejada por todos. Assim pensamos que, ao nos debruçarmos sobre a questão das tribos, temos como objeto certos modelos de constituição subjetiva que

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