Cultura e política na antiguidade tardia.

Com a vitória de Constantino sobre Licínio, em 324, houve a reunificação do Império e com isso, um período de paz, raro até então. Esse período foi marcado pela vitória do cristianismo, que após a conversão do imperador Constantino, passou a ser a religião oficial do Império e expandiu-se aos territórios mais ocidentais do mundo que era conhecido na época. A expansão e o reconhecimento da importância do cristianismo trouxe a igualdade com relação ao paganismo ainda dominante. Com isso, era pertinente o questionamento sobre o que era “ser cristão” e também sobre quais deveriam ser as crenças dos seguidores do cristianismo. Os dogmas cristãos começaram a ser formados com base na reunião de concílios ecumênicos. O primeiro foi o Concílio de Nicéia, que discutiu e condenou a doutrina de Ário (arianismo). Porém, alguns sucessores de Constantino no império eram simpatizantes dessa doutrina.
Houve conflito entre cristianismo e paganismo; e um cristão que se destacou no combate pela doutrina cristã foi Agostinho.
Em 410, houve o saque de Roma por Alarico, que trouxe o acirramento das disputas entre cristãos e pagãos. Foram feitas acusações pelos pagãos de que o cristianismo não era uma religião eficaz para conduzir o império. Para responder às acusações feitas pelos pagãos, Agostinho redigiu a obra A cidade de Deus – contra os pagãos.
Nessa obra, Agostinho além de ter respondido aos pagãos a partir de suas próprias fontes de conhecimento e usando seus próprios argumentos, também mudou por completo o conceito de república e de sociedade política humana, que foram fundamentadas em Cícero.
Agostinho morreu em 430 e seu pensamento foi um divisor de águas entre a tradição que se desenvolveu desde o século 2.o e o mundo dos reinos germânicos que se iniciava e tinha na figura desse pensador, sua maior fonte doutrinária.