Estudante
Introdução
O período chamado de Antiguidade Tardia comumente provoca discussões sobre suas definições, caracterizações e, inclusive, periodização. O termo “tardio” sugere algo que insiste em não terminar. Considerando essa definição primária, a Antiguidade Tardia seria o último intervalo temporal do mundo clássico, antes de a Europa entrar definitivamente na Idade Média. Entretanto, tal definição é precipitada e incompleta, uma vez que por si só não procura entender a lógica e as caracterizações próprias do período estudado. Mais do que um simples momento de transição, ou postergação do mundo ocidental, a Antiguidade Tardia, nasce a partir da ideia de crise do Império Romano. Esta crise, no entanto, é lenta e gradual, e perdura até a consolidação dos impérios bárbaros na Europa Medieval. Assim, tal período necessita de uma análise específica, levando em consideração esses três blocos temáticos já citados: o declínio do Império Romano, a ascensão do cristianismo e a presença dos bárbaros na Europa.
Declínio do Império Romano A periodização, tradicional, utilizada para estabelecer a Antiguidade Tardia vai dos séculos III ao VI. Entretanto, essa periodização não é muito sólida, visto que cada corrente historiográfica pode utilizar datas diferentes.
Embora não possua uma data de início comum entre os estudiosos, o período começa a ser caracterizado com o declínio do Império Romano . Em um primeiro momento, nota-se um choque de culturas e uma série de mudanças de costumes que provocam divisões nas cidades romanas. Politicamente, durante o século III, era possível notar uma grande crise no Estado romano. O Império estava fragmentado em duas porções: Ocidental e Oriental. Os imperadores eram eleitos pelo exército, que nesse momento não estava unificado, e sim dividido entre inúmeras legiões, cada uma delas jurando lealdade a seu próprio comandante, e esforçando-se para fazê-lo imperador em troca de recompensas. Entretanto,