CULTURA: CONCEITOS E TEORIAS HISTÓRICAS

O ser humano sempre demonstrou curiosidade por diferentes culturas, buscando entender o porquê de outras pessoas possuírem hábitos sem qualquer semelhança com os seus. Essa curiosidade teve como conseqüência o surgimento de inúmeras tentativas de explicar os diferentes costumes e comportamentos entre as sociedades, onde desde a Antiguidade encontram-se pensamentos a respeito deste tema. São bastante antigas, por exemplo, as teorias que atribuem características inatas a grupos humanos, como “raças” ou etnias, onde se acredita, por exemplo, que caucasianos são mais inteligentes que negros e que as mulheres tem uma qualidade inata para o trabalho doméstico. Conhecida como determinismo biológico, é uma corrente que ainda hoje é bastante presente no pensamento popular, apesar de ser consenso entre os antropólogos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais; se uma família de classe alta brasileira, por exemplo, adotasse uma criança recém-nascida vietnamita e a criasse no Brasil, em contato com a nossa cultura, ela cresceria com os mesmos hábitos e costumes de seus irmãos brasileiros. Paralelo ao determinismo biológico, o determinismo geográfico também existe há séculos, desde a Antiguidade, tendo se desenvolvido e ganhado grande popularidade no final do século XIX. Seus teóricos acreditam que o ambiente físico em que um ser humano vive naturalmente determinaria a qual cultura ele pertence, o que foi amplamente refutado por antropólogos do século XX, ao afirmarem que em um mesmo ambiente físico é normal existir uma grande diversidade cultural. Posterior ao aparecimento dessas duas correntes filosóficas, que pregavam que o homem já nascia com habilidades e características inatas, surgem pensadores (como John Locke e Jean Jacques Rousseau) que acreditavam que o ser humano era moldado pela sociedade e pela cultura com a qual tinha contato. Edward Tylor, um desses pensadores, foi o primeiro a tentar conceituar a cultura, definindo-a