Cronica

De pai para filha

Vivo em um pequeno vilarejo com o nome de Campina da Alegria. E como já diz o nome, é um lugar muito alegre mesmo, com inúmeras qualidades, e com pessoas de uma simplicidade e simpatia, que não são encontradas em qualquer lugar. Nesse pacato vilarejo, há um lugar que para mim, é muito especial, pois é onde passo a maior parte do meu tempo de lazer.

Então, o nome desse lugar é CTG -Centro de Tradições Gaúchas- Espora de Prata-. É onde esqueço todos os problemas, e ouso experimentar situações de grande realização. Onde me torno veterinária, e acompanho os cavalos sendo tratados como seres humanos, pois são seres dóceis e com sentimentos. Construo também uma nova família, onde a tradição gaúcha ganha relevância.

A tradição gaúcha é muitas vezes criticada... Pura ausência de compreensão. As atitudes e princípios dessa cultura e suas tradições, são para mim motivo de admiração, pois aprendi com esses costumes, a essência para uma vida de respeito, honestidade e justiça, onde a união e a sinceridade sempre prevalecem.

Bem, dentro dessa tradição, há uma grande festa chamada rodeio, que reúne os CTGs para uma competição de laço – onde o peão deve laçar as duas aspas de uma vaca, condição que o classifica para seguir na próxima fase. O desafio de vencer cada fase torna peão e cavalo um só conjunto coeso em busca de um objetivo.

Aqui no lugar onde vivo, temos o privilégio de realizar essa festa há 27 anos, desde 1985. Naqueles tempos, quando essa festa teve início por esses pagos, as dificuldades eram muitas. Ainda assim, a comunidade esperava – e ainda espera - ansiosa pelo mês de abril, mês do grande rodeio no meu adorado CTG Espora de Prata. É o momento de cultuar a tradição que une esse povo. É o momento de vivenciar nossos valores, assistir às competições, divertir-se com os bailes e a música tradicional, saborear um delicioso churrasco, ter aquela prosa com os amigos, regada ao sabor do chimarrão... E aproveitar para