Critica ao livro o jogador

O livro O Jogador, da autoria de Fiódor Dostoievski, relata-nos a história de Aleksei Ivánovitch, um jovem com um forte sentido crítico em relação ao mundo que o rodeia, mas carente de objetivos, que descobre em si a paixão compulsiva pelo jogo. Nesta história, passada na Alemanha, numa zona onde a principal atração é o casino, Aleksei trabalha como preceptor para um general Russo, que se encontra numa situação financeira complicada.
No geral, o livro foi bastante interessante e agradável de ler. Dostoievski expõe as personagens nas suas motivações mais íntimas, recorrendo ao humor e á ironia, criando uma obra simultaneamente viva e profunda. Sem grandes pretensões conseguiu transformar uma história, onde pouco ou nada acontece e onde o único tema é o jogo, num livro que se lê por puro prazer. Para além de episódios cómicos e irónicos, o escritor procede também a críticas sociais, bem visíveis no episódio de Paris.
Aleksei, ao ser um jovem descontraído, acaba por provocar em toda a narrativa um tom divertido e leve, uma vez que tudo o que se passa com a família do general e a sua suposta tia moribunda, parece diverti-lo muito. As personagens foram, no geral, bem trabalhadas e fazem com que demos importância ao seu destino, isto é, sofremos com as decisões pouco sensatas que tomam e quando perdem as apostas e exultamos quando as ganham.
A escrita é de tal maneira próxima e eficiente que sentimos que estamos naquele a observar o fazer e desfazer de vidas e mesmo assim, o desejo que sentimos de nos juntarmos a eles, de sermos nós a apostar, não diminui, porque sentimos, tal como eles, que vamos ganhar.
Conseguir transmitir tudo isto, de forma clara, num livro relativamente pequeno é algo que só grandes escritores, como Dostoievski, conseguem fazer.

298 palavras.