Crises economicas

A crise de 1929
A crise de 1929, como é sabido, foi a pior de todas as recessões da história econômica mundial. Contudo, ao lado do status de mais agressiva, ela foi também a menos esperada dentre suas irmãs. No contexto mundial pós-Primeira Guerra, o planeta foi apresentado ao american way of life, a invejável rotina de tranquilidade e alto poder aquisitivo a que estavam submetidos os norte-americanos no período.
Grande parte dessa prosperidade era sustentada pela liderança do país na produção de aço, petróleo e carvão, além de seus grandes avanços na área industrial, onde podemos destacar a fabricação de máquinas e automóveis. A euforia por esse sucesso econômico se traduziu também no mercado de ações, que recebeu investimentos em número recorde. Muito dinheiro era injetado em novas empresas e esse fato gerou a formação de uma bolha sobre as previsões de lucro que não paravam de surgir. Conforme o script em crises econômicas, o retorno financeiro tão aguardado não veio e em dado momento houve o crash, mais precisamente no dia 24 de Outubro de 1929.
No Brasil, a principal atividade econômica no período da Grande Recessão era a produção de café. O país foi um dos mais afetados pois dependia diretamente dos americanos, que eram os maiores consumidores mundiais do produto à época e o deixaram de comprar após o início da depressão econômica. Piorando a situação, a safra cafeeira de 1929 bateu recordes de produção, que ficaram estocados à espera dos compradores habituais. Sem ter a quem vender, os barões do oeste paulista tiveram de pressionar o governo federal (então liderado por Washington Luiz e último presidente eleito pelo rodízio efetuado por mineiros e paulistas durante a República do Café com Leite) para que adquirissem as sacas e conseguissem uma maneira de diminuir a oferta para aumentar o preço.
No período da crise, ao menos no Brasil, foi instaurado o cenário ideal para que duas classes sociais distintas se digladiassem. Os cafeicultores paulistas