Cosméticos seguros
Matéria de Capa
por Hamilton Santos
Fotos: Segei Popov e Yuri Arcurs/StockXpert
Toxicologia:
O
hexaclorofeno é um agente antimicrobiano introdu zido pela indústria farmacêutica, em 1948, em prepara ções lí quidas e em pós. Subseqüentemente, foi utili zado como anti-séptico tópico. Nos anos 1970, estudos em crianças demonstraram que causa encefalopatia por absorção transdérmica. Estudos mais recentes sugerem também potencial teratogênico. No Japão, foram banidas as preparações farmacêuticas, em pó, desde que edema de cérebro foi observado em animais. Vários outros países baniram esta substância ou restringiram seu uso. No Brasil, a RDC 48/06, da Anvisa, proibiu o uso do hexaclorofeno em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Nas últimas décadas, muitos outros ingredientes foram banidos das listas positivas de cosméticos em todo o mundo. Além do hexaclorofeno, compostos de mercúrio e halogenados, propelente clorofluorcarbono, e ingredientes geradores de nitrosaminas foram banidos na década de 1970. Ao longo do tempo, a classe dos corantes tem sido alvo dos questionamentos--- de sua segurança. Entretanto, nessa classe de ingredientes, os fabricantes têm optado por retirar do mercado sempre que haja suspeitas, já que os altos custos para provar a sua segurança nem sempre justificam economicamente a permanência no mercado. Felizmente, hoje, a indústria dispõe de outros recursos para
O primeiro registro de acidente grave com uso de produto cosmético foi aquele que ocorreu na França, na década de 1950, com o uso de talco infantil contendo o anti-séptico hexaclorofeno, cuja concentração - dez vezes superior ao valor normal -, por erro na fabricação em determinado lote, resultou na morte de dezenas de crianças desenvolver e introduzir novas moléculas no mercado. O processo de pesquisa e desenvolvimento de novas matérias-primas se vale de planejamento toxicológico que utiliza vasto banco de dados de ingredientes com o histórico de