Convialismo

2130 palavras 9 páginas
Gratuidade, dom, solidariedade, convivialismo para mudar o mundo? Igualdade, justiça e eficacidade não garantem a felicidade. Provocações de Alain Caillé
Convivialismo
para além do liberalismo e do socialismo?
HYPERLINK "http://2.bp.blogspot.com/-xLWtH78zu1E/Tebdxwb1fCI/AAAAAAAAAzY/SmYEaXo0l-w/s1600/images%255B5%255D.jpg"Sociólogo e economista, Alain Caillé fundou, em 1981, o Movimento Anti-utilitarista em Ciências Sociais (Mauss, na sigla em francês), em homenagem ao antropólogo francês Marcel Mauss (1872-1950). Caillé contesta o pensamento econômico dominante há mais de um século, segundo o qual os indivíduos são movidos pelo seu interesse. A este “utilitarismo” ele opõe outro motor de ação humana, “o espírito do dom”: a regra básica, imutável, do viver juntos, não é nem um toma lá, dá cá, nem a compra e a venda, mas a tríplice obrigação de dar, receber e retribuir. Mas não nos iludamos: esta assertiva não tem nada de idealista. O dom carrega dentro de si as nossas expectativas de um “retorno”, de um reconhecimento.
Anti-utilitarismo, dom, convivialismo, as palavras chaves do pensamento de Alain Caillé nos parecem legítimas para refletir sobre as relações sociais na sociedade de amanhã quando a vulnerabilidade se tornará uma realidade massiva. Com o alongamento da vida e os progressos na área da medicina, o número de pessoas com deficiências e idosas dependentes vai explodir no mundo. As nossas sociedades vão aceitar partilhar equitativamente os recursos com aqueles que não podem “produzir” nada? Ou então vão reenviar cada um para seguros privados, reservados aos ricos? Saberemos cuidar a parte frágil da nossa humanidade? Para Alain Caillé, a resposta a estas questões é acima de tudo política. Devemos inventar um Convivialismo, uma convivialidade, dito em outras palavras, a arte de viver juntos mesmo nos opondo, mas sem nos massacrarmos e levando em conta a finitude e a fragilidade da humanidade e do mundo. HYPERLINK

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