Conveniências e inconveniências da escrita

Trabalho requisitado pelo professor Nilo Henrique Neves dos Reis da disciplina Estudo do Texto Filosófico, como avaliação parcial do curso de Licenciatura e Bacharelado em Filosofia.

Feira de Santana, Bahia
Fevereiro de 2012.

Conveniências e inconveniências da escrita no FEDRO de Platão.

No Fedro, escrito por Platão, inicialmente se acha que ele dará ênfase no seu diálogo ao amor (Eros), que não deixa de ser abordado, mas o foco principal é fazer uma oposição entre o discurso escrito e o falado. Sócrates narra a história da invenção da escrita e, tenta convencer seu interlocutor, o próprio Fedro, das inconveniências da mesma. O mito exposto por Platão dá margem a um questionamento: “Quais as vantagens e desvantagens da escrita?”. “Seria a escrita um phármakon?”
Platão utilizava sempre o diálogo em suas obras, para ele, o mesmo promove um amplo envolvimento dos participantes fazendo gravar em suas almas um conhecimento verdadeiro, o que o discurso escrito não faria. Daí sua defesa da dialética na construção do conhecimento. Só a via dialógica pode levar, segundo Platão, a reflexão e ao enobrecimento da alma. Enquanto os escritos limitam, a oralidade engrandece.
Na obra acima citada, o discurso inicial declamado por Fedro é uma reprodução de um escrito de Lísias, grande logógrafo de Atenas que, com intenção de conquistar e encantar Fedro utiliza de sua retórica. Seu objetivo é alcançado, Fedro tenta mostrar para Platão seu aprendizado, a partir daí Platão traça um caminho para mostrá-lo que aquele discurso é meramente reprodutivo e que, esse tipo de mecanismo não gera saber, apenas recordação de algo que já foi produzido por outra pessoa. Para ele portanto, ao ouvinte nada mais foi do que uma cópia de algo que ao mesmo nada terá a acrescentar em relação ao conhecimento.
Para justificar sua teoria, Platão narra o mito egípcio de Thoth, inventor da escrita, que mostra a seu rei Tamuz sua grande descoberta, Tamuz vê a escrita como inconveniência por