Conto Saudades de um cão

Lucas Bosso
Produção de texto:
Conto.
Saudades de um cão.
Todas as manhãs, ao sair de casa para trabalhar, José montava em sua bicicleta e saia na pedalada para mais um dia de luta. Chegando em sua firma, empresa ao qual já trabalhara desde os 18 anos de idade, sempre tomava um café esperando os portões abrirem. Não demorava muito, e logo aparecia Pintado, cachorro de rua que morava naquelas redondezas, pronto para ganhar mais uma bolacha e sair abanando o rabo. Logo José concedia o desejo de Pintado que assim, voltava todo alegre e lambendo o focinho de felicidade.
E assim se mantinha a rotina do homem trabalhador. Quando acabavam as bolachas do pote, o cão se contentava com uma simples lasca de pão amanhecido, o que importava mesmo para ele era o carinho recebido pelo homem.
Foi quando que em um dia nublado, ao chegar na empresa, José tomou seu café como de costume, mas percebeu que estava faltando algo, Pintado não havia aparecido. Decidiu entrar para o serviço e esperar que no dia seguinte o cachorro voltasse. Mas, no dia seguinte, o cãozinho também não apareceu, e foi assim durante o resto da semana.
Cansado de esperar então, o homem resolveu perguntar ao porteiro da firma, se sabia do paradeiro do animal, e logo teve a triste noticia que o cãozinho havia sido atropelado e não aguentou os ferimentos.
Desde então, a vida de José não mudara, mas ele sabia que havia um vazio no seu dia-a-dia, algo que era difícil de se explicar, mas que no fundo, era saudades de um amigo que o acompanhara em todas as manhãs de trabalho.