CONEXÕES DESCONECTADAS? UM ESTUDO DA PUBLICIDADE DO SEGMENTO DE TELECOMUNICAÇÕES

CONEXÕES DESCONECTADAS? UM ESTUDO DA PUBLICIDADE DO SEGMENTO DE TELECOMUNICAÇÕES1

Flávia Mayer dos Santos SOUZA2
Letícia Batista ALVARENGA3
Universidade Federal do Espírito Santo, UFES, ES
Universidade Vila Velha, UVV, ES

RESUMO

Volta-se para o debate que cerca os efeitos de sentido gerados no discurso da comunicação do segmento das telecomunicações. Objetiva compreender o que a promessa da conexão, tão presente na publicidade desse setor, significa e como ela significa. Como corpus de análise, tem-se 14 fotografias do Book de Imagens de 2012 de uma empresa do ramo, que traz em sua comunicação o tema da conexão. O percurso trilhado revela uma conexão, de certa maneira, desconectada, pois se desliga do físico, se desprende do espaço concreto e permite acesso ao mundo virtual, o mundo desejável.

PALAVRAS-CHAVE: Publicidade; Semiótica; Conexão.

INTRODUÇÃO

No século XXI, as novas tecnologias, o ritmo e os modos de viver da sociedade tornaram desejável e, para alguns, obrigatório, estar conectado. Certamente, o contexto no qual a conexão desponta como algo tão potente constitui uma trama muito mais complexa, atravessado por uma infinidade de fios. De toda maneira, há de se considerar que o avanço tecnológico está entre os fatores com peso superior para que tal processo viesse a ganhar a força que temos assistido na contemporaneidade.
Em meio a esse cenário, a publicidade do segmento de telecomunicações tem, portanto, utilizado a promessa da conexão. O termo compõe o slogan ou a frase de assinatura de algumas empresas do ramo, como é o caso de “Conectados vivemos melhor”, “Connecting people”, “Conexão como nenhuma outra”, “Conectado, a gente pode mais”.
A palavra conexão desfruta desse destaque na comunicação das empresas porque chega a fazer parte, também, da missão de algumas delas4. Uma delas revela, assim, que sua missão é “Ampliar as possibilidades de conexão entre seres humanos [...]”, outra, por sua vez, adotou a missão “Connecting people”, usada