Conceitos de Filosofia
(dependência)
Mito e Filosofia
Discurso mítico
Relata acontecimentos, ações e histórias dos deuses, relações estabelecidas entre estes e o mundo, explicando também as origens de elementos constituintes deste universo. A hipótese, que funda esta análise, assume que o mito desempenha um papel de discurso fundador. Não é suficiente, no entanto, assumir essa constatação e afirmá-la, é necessário apontar os mecanismos do funcionamento discursivo do mito, bem como examinar as condições de produção pelas quais o seu caráter de discurso fundador se materializa e, portanto, se forma nas práticas discursivas de uma sociedade de tradição oral, como a dos guarani mbyá. É este o objeto de estudo deste trabalho. A partir dessa consideração analítica, a tese se estrutura visando desenvolver a hipótese inicial, e explicitar, com base nos textos mbyá e nos estudos de especialistas, a saturação do mito nas diversas formas de discursivização desse grupo indígena, bem como as relações de mútua determinação entre a fundação mítica e a formação imaginária desse povo. Assim, se o mito é capaz de refletir os estados de desenvolvimento das relações sociais, de acordo com os processos de formação e projeção de auto-imagem; de igual modo, a organização e funcionamento sociais refletem os princípios presentes nas narrativas mitológicas estritas senso, dado que entre o mito e a sociedade estabelece-se uma dupla projeção especular.
Discurso filosófico
O discurso filosófico deve ser vivo e acerca da vida. Reduzi-lo a esquemas lógicos, à pura abstraticidade é embalsamar a própria filosofia, obrigá-la a habitar nos livros mais embolorecidos, a fugir da luz e a evitar a praça pública.
O trabalho filosófico não é uma pesquisa de arquivo, uma exegese de um qualquer livro canônico ou um comentário especioso de uma passagem nebulosa. Se assim fosse teriam razão aqueles que consideram a filosofia um saber