Comparada
Rafael do Nascimento Grohmann1
Resumo
O artigo pretende discutir os estudos de recepção mais relevantes a partir do momento em que o receptor passou a ser visto como sujeito produtor de sentido. Após uma revisão crítica dos estudos culturais ingleses, latino-americanos e dos autores brasileiros, há o apontamento de possíveis diálogos de estudos no campo da recepção, de acordo com uma interação entre a “teoria das mediações” e a “teoria da prática”.
Palavras-chave: Recepção; Estudos Culturais; Mediação.
No início do século XX, os estudos na nascente área de comunicação de massa privilegiaram a análise da função do emissor nos modelos comunicacionais. Emblemática desta postura foi a teoria da agulha hipodérmica, ou teoria da bala, com grande ênfase funcionalista, supondo enorme poder dos meios em conformar o espaço social em seu entorno. Contudo, na segunda metade do século XX (com ênfase redobrada a partir da década de 80), outras tradições teóricas procederam ao resgate do papel do receptor e à sua não-reificação, compreendendo-o não mais como uma “ameba”, como diz Mauro Wilton de Sousa (1995). Buscava-se pelo sujeito nos estudos de comunicação e se começou a estudar menos o que os meios fazem com as pessoas, e sim o que as pessoas fazem com os meios de comunicação.
O presente artigo pretende mostrar os avanços e apontar possíveis aspectos a serem melhor estudados nos estudos de recepção a partir de uma revisão dos estudos culturais
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Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), bolsista de iniciação científica PIBIC/CNPq/UFJF, orientado pelo Prof. Paulo Roberto Figueira Leal, da Faculdade de
Comunicação da UFJF.
Revista Anagrama – Revista Interdisciplinar da Graduação
Ano 2 - Edição 4
Junho-Agosto de 2009
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