Cinearte: as três fases
A revista Cinearte teve seu primeiro exemplar impresso em 1926 e tinha como um dos planos principais trazer uma crítica cinematográfica sem dependências publicitárias bem como levar aos leitores informações sobre o panorama do cinema nacional da forma mais completa possível. Apesar do cinema brasileiro ocupar apenas 20% das páginas da revista, a S.A. “O Malho” tentava publicar os filmes brasileiros da cidade do Rio de Janeiro desde o centro até o mais distante subúrbio, chegando até a receber colaboração de outros estados brasileiros. Outra característica, principalmente defendida por Mário Behring (fundador da revista junto com Adhemar Gonzaga), era uma ênfase maior no cinema documentário, retratando a realidade do país na época e ampliando a visão dos espectadores sobre o cinema nacional. A revista foi sem dúvidas importantíssima na formação da crítica de cinema do Brasil e também responsável por um maior interesse, por parte do público, pelas produções nacionais, que na época havia perdido palco para as produções americanas por fatores como a técnica avançada americana, o espaço nas salas de exibição que preferiam garantir a bilheteria com os sucessos americanos e a falta de fomento pelo estado. A Cinearte atingiu seu ápice em sua segunda fase, apesar da morte de Behring em 1933, trazendo edições quinzenais mantendo a quantidade e qualidade de conteúdo e também conquistou respeito por ser a primeira revista a ter um representante em Hollywood. Durante a segunda fase também houve a inauguração de colunas como “Europa”, colunas dedicadas à parte técnica das produções, cartas do leitos, entre outras, tratando até de assuntos como a falta de apoio estatal para o cinema nacional. Em 1941, com o afastamento de Adhemar Gonzaga, a revista acabou decaindo em qualidade e passou a ter edições mensais, porém com um número maior de fotos, menos conteúdo e passou a ampliar o foco da revista para o rádio, perdendo um pouco da