Resenha

À guisa de introdução: o nascimento da imprensa no Brasil

Com a chegada da Corte portuguesa ao Brasil em 1808 foram adotadas por D. João medidas que anunciavam uma nova era. Uma destas medidas que mais despertaram entusiasmo foi à criação da imprensa régia. A tipografia oficial a então imprensa régia fundada em 13 de maio de 1808, única tipografia a funcionar no Rio, até 1821, e que existe até hoje, “tendo funcionado pelos seguintes nomes: Impressão Régia, Impressão Nacional, Imprensa Nacional, Tipografia Real, Tipografia Régia, tipografia Nacional, Régio Tipografia, novamente Imprensa Nacional e, atualmente, Departamento de Imprensa Nacional” (PINHEIRO, 2006, p. 32). Instalada, a gráfica funcionaria como impressão régia e seria responsável por todas as publicações impressas no Rio de Janeiro até 1821. Foi durante a Regência, momento de grande ebulição política, que a caricatura fez sua aparição na cena brasileira. Os desenhos apareceram assim como reflexo dessa imprensa e, certamente por isso, foram políticas as primeiras caricaturas impressas no Brasil.
A caricatura brasileira das primeiras décadas do século 20 passaria por grandes transformações. A virada do século 19 para o 20 assistiu à modernização das técnicas gráficas e ao aumento da tiragem dos jornais, graças a impressoras mais ágeis.

A caminho da industrialização

Não apenas no início, mas durante a maior parte do século 19, a composição de textos era feita manualmente, com tipos de metal fundidos em matrizes. A arte milenar da imprensa, inteiramente renovada a partir da ação do alemão Johann Gutenberg e de seus pares, é denominada tipografia; e os primeiros equipamentos de impressão eram os prelos ou prensa. Muitos aperfeiçoamentos levaram a tipografia a transformar-se de artesanato em indústria. Segundo Cardoso, os dois primeiros foram a invenção da máquina para fabricar papel contínuo, em 1798, pelo francês Nicolas-Louis Robert, na França, e da impressora planocilíndrica ou rotoplana, em